Imagem meramente ilustrativa |
Uma espécie de árvore começa a raciocinar no Planeta Verde, situado na zona habitável de sistema regido por uma estrela super nova, que equivale ao sol da Terra. Após milhões de anos de sol e chuva, a vegetação começou a evoluir. A fotossíntese já não bastava para alimentação. A cada passo do crescimento, esse tipo de vegetação precisava de comida que sustentasse a nova forma de vida.
Tudo começou há 100 mil anos, quando essas árvores começaram
a se distinguir das outras, desenvolvendo hábitos e instintos para garantir a
vida. Esta época, conhecida como Era Bege, a prioridade era buscar alimento,
água e fazer sexo com outras as árvores para perpetuar a nova espécie. A inocência
predominava, mas havia uma carência profunda. Cada uma se virava por si só, porque
a companhia aparecia para os atos sexuais.
O planeta das árvores pensantes deu muitas voltas e se
passaram 40 mil anos e chegou a Era Roxa. As árvores começaram a pensar e se
depararam com os espíritos mágicos. Existiam bons e ruins. Eles que disputavam
entre si. Porém todos conseguiam interferir de alguma forma com o funcionamento
do Planeta Verde.
Os espíritos ancestrais eram formadores de opiniões e incentivaram
as árvores a formarem grupos. As uniões eram feitas pela linhagem reprodutiva e obedeciam às árvores Alfa, tipo que conseguia se comunicar com os
espíritos. Havia uma vitalidade e segurança na vida. Mas a superstição atormentava
toda vegetação, que nunca sabia como seria o amanhã.
Fortes chuvas atingem o mundo das árvores. Tempo depois, os
dias de forte sol passam ser infinitos. O planeta percebe que algo mudou no
núcleo. Os dias de sol e chuva aumentaram e outros passaram bem rápidos,
chegando a Era Vermelha, 50 mil anos mais tarde.
As árvores cresceram, ficaram fortes e começaram olhar para
dentro de si. Nesta era nasceu o “eu” nos grupos de árvores. Deuses e dragões
começam a invadir o Planeta Verde. A espécie de árvore se enche de poder, vira impulsiva,
egocêntrica, heroica, imediatista e conquistadora. O planeta virou um lugar em
que ninguém confia em ninguém. Oferecendo segurança, algumas árvores que eram
mais fortes passam a proteger outras mais fracas em troca da força de trabalho.
A troca possibilitava a formação de vários super grupos, como no feudalismo
aqui na Terra. A violência e a insensibilidade reinam em confrontos de fortes
contra fracos. No entanto, a necessidade de todos era de afeto e carinho.
Mais 5 mil anos se passam e a existência das árvores passam a ter direção e propósito. A violência não
dita mais as regras nos grupos, iniciando a Era Azul. Os códigos que a vegetação
desenvolveu para nortear a espécie determinam o que era certo. Os canteiros (famílias)
eram pequenos grupos que formavam a vegetalidade (sociedade), uma espécie de organização
em que todos conviviam e interagiam de alguma forma.
O poder vinha de acordo com a altura, quando maior a planta
mais autoridade ela tinha. Mas a culpa por erros contra as divindades mantinha a existência
controlada no planeta . Impérios de plantas passam a se formar, árvores fortes
implantam monarquias e aristocracias, sustentando a ideia de que manter grupos
era a solução. Só tinha uma verdade e quem obedecia estava dentro e quem
descumpria estava fora.
Há 300 anos as árvores pensantes do Planeta Verde passaram a
viver a Era Laranja, em que o “eu árvore” se liberta e passa a ser otimista,
autoconfiante, independente, analítico e racional. Os seres começam desenvolver
estratégias para obter resultados. A curiosidade se desenvolve e a própria existência
começa a ser estudada por meio de experimentos. A comodidade aumenta e para
garantir isso, às plantas passam a usar a tecnologia que o Planeta Verde
permitia existir. O domínio da força de trabalho pela segurança acaba e surgem
democracias. Aumenta a autonomia e a vegetação busca um progresso constante, mas fica mecanizada e se acaba dentro de si mesmo. Nesta era, um imenso vácuo distancia
vencedores e perdedores.
O pensamento igualitário, pluralista, sensível e ecológico
toma conta da organização das árvores desenvolvidas 150 anos mais tarde. O grupo
percebeu que os recursos do Planeta Verde poderiam acabar. Surge um jeito simpático,
criativo e amistoso entre todos. Já não existe aquela história de que quanto maior
mais forte. Há cuidado, respeito mútuo e
medidas para preservar o mundo. O diálogo predomina, existe paz e harmonia.
Essa é a Era Verde, que também traz admiração individual extrema em busca da
perfeição, formando sensíveis e insensíveis.
Há 50 anos, a vegetalidade passou a compreender toda sua
cadeia de vida com uma visão sistemática. As hierarquias surgem naturalmente e
a prioridade é o conhecimento. A manutenção do todo é base para continuidade da espécie
na Era Amarela. Só quem conseguiu viver nesta era foram as árvores que
praticaram a autorrealização e entenderam que todos são iguais, mesmo que as
coisas aconteçam no tempo correto.
Essa espécie de árvore tenta a cada dia evoluir para tentar mudar de era mais uma vez. Esta conhecida como Era Turquesa. Várias tentativas foram
realizadas, mas a planta cai em um redemoinho que a leva para Era Bege, onde
tudo começa outra vez até a Era Amarela. Outras tentativas são feitas e a
primeira era volta atormentar.
Com todo esse esforço, a planta murcha por causa do medo,
insegurança, frustração, conflito, sentimento desgovernado, impotência,
solidão, vazio e a falta de força de tentar novamente.
No entanto, para voltar a passar por cada era é necessário
florescer. E o primeiro passo é entender o motivo de existir. Depois é
necessário desenvolver o caráter e os potenciais até alcançar o equilíbrio.
Assim a árvore volta a subir os degraus das eras, conquistando o florescimento.
Sem esquecer-se de cultivar a capacidade de transformar, contribuir e deixar um
legado. Só assim, o sentimento do amor transbordante nascerá, proporcionando a experiência
transcendente, que permite a entrada na Era Turquesa, ainda desconhecida pelas
árvores do Planeta Verde.
Nós somos as árvores.
Pensamentos baseados no Workshop Plenitude.
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