O clico da população

Rua Grande, São Luís-MA (Foto: divulgação)

Na cidade é ano eleitoral, os sorrisos estão nos dentes dos senhores, os bairros estão lotados de máquinas.  Não há tempo para elas estacionarem, porque logo são levadas para outros lugares. A alegria e o estresse tomam conta da população.

Quantas são as promessas e pedidos não cumpridos. O povo com o tempo até se acostuma e anda pelas ruas como se o tempo não tivesse ao passado. Claro, o mundo desenvolveu, mas algumas práticas continuam de geração em geração.

A política virou profissão neste pedaço de chão e há necessidade de a cada 4 anos renovar o contrato com a população. Linhagens se perpetuam neste lugar. Tudo normal, toda vez é assim.  

Estamos na década perdida e os últimos 10 PIBs (produto interno bruto) do país foram os piores dos últimos em 120 anos. A autoridade máxima da nação tem um parafuso a menos, não que os outros tenham sido normais, mas esse tem uns interesses esquisitos. Bota palhaço e diz que o mundo está completamente errado e ele está certo.

Assim como no Tratado de Tordesilhas o lugar está dividido. Já não há mais Portugal e muito menos a Coroa de Castela. A divisão é feita pelos pensamentos de direita e esquerda. Tem que diga que vive no centro, mas alguma hora ele vai escolher um lado.

Há mais de 500 anos este pedaço vive em círculos, tanto com os movimentos de rotação translação, que o planeta faz naturalmente, como os movimentos históricos que o voltam ao mesmo ponto de partida, pelo desejo de indecisos.

Já teve invasão, escravidão, reis, ditadores e presidentes. E o desejo faz a roleta girar, principalmente entre a ditadura e democracias. Os dois foram finalistas de um jogo de escolhas e a vontade de muitos é que eles giram entre si.

Quando há ditadura, clamasse por democracia e muita gente clama por ditadura que quando há democracia. Este ciclo inviabiliza o crescimento sadio e reforça a ganância daqueles que vão à busca de sorriso a cada quadriênio.

Tudo isso acontece no momento em que uma rede interligou todo mundo que mora no país dividido. Nessa rede, todos falam o que querem e o ouvem o que não gostam. Basta uma letra direcionada em favor do lado A que o lado B parte para cima como um abutre. A ignorância toma conta e mentes são mais fáceis de serem manipuladas.

Quem se acha o Estado convoca um lado do tratado para uma manifestação contra tudo que é diferente do pensamento dele. Isso já aconteceu em outros pedaços de terras e o resultado foi um muro dividindo os lados. Como um furacão essa situação devastou o mundo. Houve tempos em os asiáticos e europeus queriam dominar tudo.

Os giros desse furacão chegaram ao novo mundo. Assim como em outros lugares a vontade de determinar um só desejo é grande. Imagine um lugar onde não se ouve o contrário todo mundo pensa igual. Todos obedecem a uma só voz e o que é dito é dito. Não há imprensa, foram dizimados pelos desejos dos outros. Os anos vão se passar e esse lugar vai estagnar, o mundo vai girar e será difícil recuperar.

Há 56 anos, o ciclo da democracia domina e nunca foi tão abalado como agora. Isso é gerado por insatisfação de uma parte da população que cospe no prato que comeu. Esse prato permite pensar, mas muitos acham mais fácil que outros determinem por eles.

Enquanto esse ciclo não acaba, é hora de olhar para cidade e cada rua que existe nela. É tempo de refletir e pensar por si e pelos próximos. O tempo dos sorrisos chegou e muitos estarão nas ruas novamente pedindo uma renovação de contrato.

A voz das ruas, dos diretos e da liberdade deve estar no dia que esses sorridentes disputarem mais quatro anos de contrato. Cada membro dessa civilização deve protestar neste dia, porque tudo se inicia na cidade.  O país só voltará ao normal se as escolhas corretas começarem no município. É hora de parar de fazer os outros sorrirem e de sorrir no lugar deles. Para isso, uma escolha deve ser feita. Há risco de o ciclo continuar e voltar tantas vezes, mas o pensamento deve definir qual o melhor espaço para viver.

Nós já testemos de tudo e é hora de escolher!

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