Vote certo porque o tempo não volta


A cada dois anos a população brasileira se reúne para exercer o gesto mais nobre da democracia. Apesar de ser obrigatório, é o seu voto que decide o futuro do bairro, cidade, estado e do Brasil.

A história se repete toda vez! Os candidatos vão para ruas e o entusiasmo toma conta da população. A esperança até pinta nos olhos das pessoas quando as máquinas chegam nos bairros para passar o asfalto desejado por quatro anos.

Aí o morador que sofreu quatro anos de alagamento, lama e poeira nas costas fica todo bobo e feliz, porque a rua tá brilhando igual sapado engraxado.

Tudo engano. Em alguns casos, nem o asfalto é dado com esmola, mas uma cesta básica ou qualquer 50 conto para encher os olhos de quem precisa.

Todo ano de eleições, parece que estou lendo um capítulo de O Príncipe, escrito por Maquiavel. Desta vez, infelizmente, é o capítulo II, De Principatibus Hereditáriis (Dos Principados Hereditários).

A política na democracia Brasileira virou ramo de família e agora chegou vez dos Juniores, Filhos e Netos. Quem não tem herdeiro pode botar o irmão, primo, cachorro ou papagaio na fita, não tem problema, o importante é manter o negócio da família.

Neste ano, essa cena vai repetir em quase todas as cidades, porque os eleitores vão escolher vereadores e prefeitos. Esse esquema milionário das famílias só prejudica você, que passa quatro anos esperando quem te fez uma promessa aparecer.

Enquanto o dinheiro ou o escambo forem a viseira da população, nunca viveremos uma democracia de fato. Viveremos apenas de dinastia em dinastia, tanto nas câmaras municipais como nas prefeituras.

Poucos meses de pré-campanha e 45 dias de campanha são o suficiente para fazer esquecer o sofrimento de quatro anos. A política não deve ser tratada como time de futebol, onde você torce para seu clube vencer.

Há inúmeros que são candidatos e inúmeras famílias que não fazem nada e ficam de boas, porque sabem que têm uma torcida que vai garantir o voto para eles. É hora de acabar com isso. Você é o maior órgão fiscalizador que já existiu. E agora tem um celular na mão e uma população hiperconectadas. É só ligar a câmera e mostrar a realidade.

É hora de fazer uma retrospectiva dos últimos quatros anos, em alguns casos dos oito anos. Coloque na balança o sofrimento que você e seu vizinho passaram, junto com a esmola em forma de obra pública que talvez esteja recebendo agora. Veja quem pesa mais. 

Pense com os 10% que o cérebro humano te garante. Analise tudo e projete um futuro melhor para sua comunidade.

Apenas o eleitor pode mudar o rumo das cidades brasileiras, tanto para melhor ou pior. Não fique na mesma, analise e escolha um sangue novo ou alguém que pode fazer algo pela sua cidade. Tenha calma e vote certo porque o tempo não volta, mas o sofrimento de milhões fica por causa de uma escolha errada. 

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