Ainda não há uma vacina que combata o novo coronavírus, mas o tema da obrigatoriedade dela já foi politizado no Brasil. Ideologias e ideologias, argumentos e argumentos, direitos e direitos.
De certo, o único de direito que não temos é tirar a vida de
alguém! E quando a pessoa se nega a se imunizar contra um vírus que já matou
mais 150 mil no Brasil, ela assume o risco de matar o pai, a mãe, os irmãos, os
filhos, vizinhos e a se mesmo.
A polêmica da vacina começou com uma declaração do governador
de São Paulo, João Dória (PSDB), que a vacina seria obrigatória no estado, com
exceção da pessoa que comprovar que não pode tomar. São Paulo tem um acordo com
a farmacêutica Sinovac para fazer o imunizante em parceria com o Instituto
Butantan.
Além da Sinovac, o Brasil participa de mais três ensaios
clínicos, Oxford, BioNtech/Wyeth/Pfizer e Jansen-Cilag. Os experimentos estão na
fase três das pesquisas. Se tudo ocorrer como o previsto, os imunizantes
poderão ser fabricados e distribuídos em diferentes momentos.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello,
chegou a anunciar um acordo com Dória para comprar 46 milhões de doses da
vacina desenvolvida no Butantan, mas logo foi desautorizado pelo presidente Jair
Bolsonaro, que declarou que a vacinação contra o coronavírus não será
obrigatória no país.
O Judiciário logo entrou na discussão. O presente do poder,
ministro Luiz Fux, disse que a disputa sobre a obrigatoriedade da vacina contra
a Covid-19 acabaria nos tribunais. Essa situação iria acontecer de um jeito ou
de outro, porque já existia antes da pandemia um processo no STF que trata
sobre a retirada da obrigatoriedade de pais vacinarem seus filhos por causa de convicções
religiosas, filosóficas ou morais. Agora, também foram protocoladas por partidos
políticos ações apontando que os cidadãos sejam obrigados a se vacinarem contra
doença.
O Legislativo também entrou na onda e o presidente da Câmara
Federal, Rodrigo Maia, relatou que o Governo e o Congresso precisam trabalhar juntos
para que a questão seja resolvida sem precisar passar por tribunais. Uma série
de projetos de leis, tanto a favor como contra, foram protocolados na Câmara deputados.
A partir daí o tema virou pauta de debates acirrados nas
redes sociais. De um lado, pessoas defendendo a imposição de tomar a vacina e,
de outro, pessoas defendendo os direitos individuais e a não obrigatoriedade.
O peso da polemica toda está na palavra na obrigatoriedade.
O Brasil já foi um exemplo mundial a respeito de vacinação da população. Este
mérito foi alcançado no passado, porque campanhas de conscientização foram
realizadas e a população, por assistir o desfecho de muitas doenças, ia até o
posto de vacinação. O país conseguiu erradicar doenças como sarampo, poliomielite
e outras, por causa do entendimento favorável.
A sociedade brasileira passa por um momento sensível que a
palavra obrigação pode soar mal e fazer com que as pessoas se distanciem de uma
causa que pode salvar vidas. A cobertura
vacinal também vem caindo nos últimos anos e doenças como sarampo já voltaram a
ser registradas no país. A queda se dá pelo crescimento de movimentos como o
antivacina e teorias da conspiração.
Sobre a obrigatoriedade, a Lei 6.259/75, que cria o Programa
Nacional de Imunização, decide que todas as vacinas que forem colocadas no
calendário de vacinação pelo Ministério da Saúde sejam obrigatórias. O Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) também trata de a obrigatoriedade de pais
vacinarem os filhos, podendo gerar penalidades se a determinação não for
atendida.
Também a Lei 13.979/20, sancionada pelo próprio Bolsonaro, que
define as tratativas do enfrentamento a pandemia, coloca que uma futura vacina
pode ser usada em caráter obrigatório no país.
Os governantes e a população estão perdendo tempo com esse debate
de obrigação ou não. O que precisa ser feito é um trabalho do Ministério
Público mostrando à sociedade a importância da vacinação contra esse vírus.
Um dialeto popular diz que “é melhor prevenir do que
remediar”. A vacina, seja feita por quem for: China, Estado Unidos, Rússia,
Brasil, só vai ser usada na população após todos os testes científicos e
comprovação de eficácia. No nosso país, as pessoas só serão imunizadas após a
vacina passar pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ou seja, terá
comprovação científica.
É melhor investir nas produtoras de vacinas, que irão
produzir um produto de eficácia garantida, ou gastar milhões e mandar o
Exército Brasileiro produzir um medicando que não tem eficiência alguma e nem
comprovação cientifica para combater a Covid-19?
A cura está na prevenção.
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